Não é a primeira vez que os adoçantes baseados em aspartame entram na linha de frente da comunidade científica, que classifica o adoçante como perigoso à saúde.
Um artigo recém-publicado da Universidade de Sussex apontou falhas graves na garantia fornecida em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) sobre a segurança do aspartame. Para os pesquisadores, a indústria de alimentos precisa diminuir progressivamente a doçura dos seus produtos, ao invés de introduzir o aspartame.
Em resposta ao estudo, a Associação Internacional de Adoçantes (ISA) divulgou uma declaração embasada em outros estudos e evidências científicas disponíveis, que confirmam a segurança do uso do aspartame.

Dúvida vem de longa data

Desde 1974, alguns estudos e cientistas alertam para os riscos de danos cerebrais, câncer de fígado e pulmão, lesões cerebrais e distúrbios neuroendócrinos do consumo de aspartame, que é encontrado em milhares de produtos em todo o mundo, incluindo refrigerantes dietéticos.
O uso de adoçantes aumentou nos últimos anos, em parte devido à crescente conscientização dos consumidores sobre os resultados adversos de saúde relacionados ao alto consumo de açúcar. Esses fatores têm levado ao desenvolvimento de produtos sem açúcar, mas com paladar igualmente doce.

O outro lado

Um estudo da Universidade de Granada, e publicado no periódico científico Advances in Nutrition, revisou evidências anteriores sobre os efeitos dos edulcorantes na microbiota intestinal por meio de pesquisas experimentais e ensaios clínicos. Os pesquisadores observam a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos dos edulcorantes na composição da microbiota intestinal humana.
A recomendação é que a indústria siga rigorosamente as dosagens de edulcorantes. Mas o problema é que apenas isso não é suficiente para manter uma margem segura de consumo, já que cada vez mais produtos trazem adoçantes em suas formulações.

Alternativas saudáveis

Independente da conclusão final e do debate entre os cientistas, já existem alternativas saudáveis. Conheça:

Estévia

A estévia é um adoçante de baixa caloria muito popular. É um pequeno arbusto perene que pertence à família dos crisântemos e é nativa do Brasil e do Paraguai. Vários compostos doces são encontrados nas folhas de estévia. Os principais são esteviosídeo e rebaudiosídeo. Ambos são centenas de vezes mais doces que o açúcar, grama por grama.
Além disso, alguns estudos baseados em humanos sugerem que a estévia tem benefícios para a saúde:
– O adoçante pode reduzir a pressão alta em pessoas com hipertensão em 6–14%. No entanto, não tem efeito sobre a pressão arterial que é normal ou levemente elevada;
– A estévia também mostrou reduzir os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes.
Vários estudos em ratos mostram que a estévia pode melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir o colesterol LDL oxidado, e reduzir o acúmulo de placa nas artérias.

Eritritol

O eritritol é um álcool de açúcar encontrado naturalmente em certas frutas, e em concentrações mais elevadas em molhos de soja, vinhos, cervejas e queijos. Em escala industrial, é obtido por meio da fermentação da sacarose.
O eritritol contém 0,24 calorias por grama, ou cerca de 6% das calorias em uma quantidade igual de açúcar, com 70% da doçura. O edulcorante não aumenta os níveis de açúcar no sangue ou insulina e não tem efeito sobre os lípidos no sangue, como o colesterol ou os triglicéridos.
Estudos mostram que o eritritol é muito seguro. No entanto, como acontece com outros álcoois de açúcar, pode causar problemas digestivos se o consumo for muito alto. O eritritol tem um gosto muito semelhante ao açúcar, embora possa ter um leve sabor residual. Não existem pesquisas que apontem benefícios para saúde no consumo de etritritol.

Xilitol

O xilitol é um álcool de açúcar com uma doçura semelhante ao açúcar. Contém 2,4 calorias por grama, ou cerca de dois terços do valor calórico do açúcar. Diversas pesquisas apontam benefícios no uso do xilitol, tais como redução do risco de cáries, além de aumento da densidade óssea, ajudando a prevenir a osteoporose.
O xilitol não aumenta os níveis de açúcar no sangue ou insulina. No entanto, como acontece com outros álcoois de açúcar, pode causar efeitos colaterais digestivos em altas doses.